sábado, 5 de dezembro de 2009

RELATÓRIO REFLEXIVO - TP2

Gramática. Palavra temida por muita gente e que sofre até preconceito. O TP 2 selecionou vários sentidos da palavra em questão, destacando comentários sobre a chamada gramática histórica, que estuda a evolução do latim até tornar-se Português. Esse assunto não é de muita relevância no Gestar II, mas é muito importante nos estudos lingüísticos mais profundos.

É sabido que, desde cedo, as crianças vão internalizando não apenas o vocabulário, mas também as estruturas lingüísticas que vão ouvindo no ambiente em que vivem. Para o ensino da língua, é essencial o trabalho com essa gramática que pode e deve ser cada vez mais ampliada. O ensino produtivo dela privilegia o desenvolvimento da língua em uso e desenvolve novas habilidades do falante porque mesmo que ele não perceba, faz uso da gramática que vai se ampliando sempre e que desenvolvê-la é desenvolver a sua própria competência lingüística.

O estudo reflexivo da gramática é quase sempre um desdobramento natural de um bom ensino produtivo da língua. A gramática descritiva e o ensino reflexivo têm de apoiar-se na gramática internalizada: os alunos só podem efetivamente observar o que conhecem e dominam como locutores ou interlocutores.

Sabe-se que a gramática normativa é também descritiva, mas seu foco é exclusivamente o estudo das regras de uso da norma culta da língua. Esse estudo, registrado em livros, trata da chamada gramática normativa que costuma apresentar o mesmo viés no estudo das regras da língua e, ao centrar-se na observação da norma culta, acaba privilegiando as realizações escritas, literárias e formais. Por isso foram enfatizadas três concepções de gramática: a interna, a descritiva e a normativa.

O referente TP também trata da frase, sua organização em período e oração e da linguagem figurada. Aborda-se a importância do conceito e identificação da frase, estabelecendo a diferença entre frase, oração e período e das diferentes organizações da mesma em cada tipo de texto e o emprego da conotação estabelecendo o nível de expressão no que diz respeito às palavras, à sonoridade e às estruturas da frase: a chamada figura de linguagem ou linguagem figurada. Metáfora, metonímia, hipérbole, antítese e ironia são as figuras abordadas por este caderno.

Gramática, figuras de linguagem, frase. Os objetivos propostos pelo TP 2 a estes assuntos foram assim divididos:

Unidade 5= Gramática: seus vários sentidos · Seção 1: A gramática interna e o ensino produtivo · Seção 2: A gramática descritiva e o ensino reflexivo · Seção 3: A gramática normativa e o ensino prescritivo

Unidade 6= A frase e sua organização · Seção 1: O que é frase? · Seção 2: O período e a oração · Seção 3: As várias possibilidades de organização da frase e do período

Unidade 7= A arte: formas e funções · Seção 1: Arte e cotidiano · Seção 2: A arte: classificação e características · Seção 3: As funções da arte

Unidade 8= Linguagem figurada · Seção 1: A expressividade da linguagem cotidiana · Seção 2: Figuras e linguagem literária · Seção 3: Elementos sonoros e sintáticos da expressividade

RELATÓRIO REFLEXIVO - TP1

O caderno de Teoria e Prática 1, TP1, aborda as variantes lingüísticas mostradas inicialmente com o texto Retrato de Velho, de C. D. de Andrade evidenciando dialetos e registros, na unidade 1. A norma culta e o texto literário fazem parte da segunda unidade, a qual se utiliza primeiramente do texto Por que seus pais estão se divorciando? para trazer à tona a importância de conhecê-los, dominá-los. A unidade 3 mostra o que é um texto e aponta razoes para se trabalhar com eles através dos pactos de leitura. A intertextualidade marca a unidade 4, enfatizando o ponto de vista como ponto primordial na consideração da leitura e produção de textos.

A Sociolingüística há muito tempo vem estudando a caracterização e o uso das variações lingüísticas, mas é bem recente sua aplicação ao ensino/aprendizagem de línguas, especialmente da língua materna. Com isso, o presente caderno relacionou língua e cultura, identificando os principais dialetos do Português, caracterizou a norma culta, a linguagem literária e a língua oral e escrita e identificou os traços da intertextualidade, seus vários tipos e os pontos de vista nas diversas interações humanas.

A cultura, entendida como o conjunto de formas de fazer, pensar e sentir de uma pessoa ou de uma sociedade é uma construção histórica e varia no espaço e no tempo e língua é, ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. E como ela tem um sistema aberto a ser seguido, a mesma oferece inúmeras possibilidades de variação de uso, que criam, junto ao contexto, interações sempre novas e insaciáveis.

O sujeito aprende a sua língua em convívio com as pessoas ao seu redor e não tem consciência da norma a qual ele vai internalizando. Querendo ou não, tendo consciência ou não, ele pertence a grupos. E pertencer a um ou vários grupos e usar a língua característica desses grupos é uma contingência. É difícil a um gaúcho fazer de conta que não o é. Então aparecem as gírias, os dialetos... e ele, o sujeito vai se comunicar sem barreiras, sendo informal, ou com barreiras, formalmente. Esse mesmo sujeito vai escolher a variante a ser usada em cada ato específico de comunicação tido como registro.

O ensino-aprendizagem de qualquer língua deve dar-se com o uso de textos, porque é por meio deles que pensamos e interagimos. Deve ser o centro de todas as atividades que envolvem o ouvir, o falar, o ler e o escrever, e a análise lingüística só pode ser significativa para os alunos, se apoiada em textos que contextualizam cada uso do vocabulário e da morfossintaxe. Fica claro, assim, que é o texto que nos faz pensar, divertir e que enriquece nossas experiências e nos coloca no centro da vida.

Visando essa abordagem, o TP1 teve suas unidades assim divididas:

Unidade 1 – Variantes lingüísticas: dialetos e registros Unidade 2 – Variantes lingüísticas: desfazendo equívocos Unidade 3 – O texto como centro das experiências no ensino da língua Unidade 4 – A intertextualidade

A originalidade dos processos intertextuais deve-se muito ao ponto de vista, questão importantíssima em qualquer forma de interação e acaba sendo o ângulo de onde cada interlocutor participa do processo dessa interação.

RELATÓRIO REFLEXIVO - TP6

Os cursistas, juntamente aos alunos, desenvolveram uma discussão a respeito do tema Argumentatividade na linguagem bem como deram continuidade sobre as práticas da escrita e da leitura, discutindo, debatendo e enfatizando a diferença de se viver com e sem a arte, lendo ou não literatura.

A unidade 21 focalizou a argumentatividade que corresponde a uma organização textual que objetiva convencer ou persuadir o interlocutor a respeito de alguma idéia ou comportamento. Todo uso da linguagem é argumentativo ao estabelecer uma interação com o outro, uma relação de fazer social. E, desta forma, toda a linguagem passa a ser um processo em continuo movimento. Toda vez que nos comunicamos buscamos fazer algo, impressionar o outro, buscar reações, convencê-lo. Acabamos por sermos argumentativos porque objetivamos algo com o uso da linguagem.

As unidades 22 e 23 serviram para se praticar a escrita de textos percorrendo as etapas da produção textual, refletindo sobre estratégias utilizadas no planejamento, escrita, revisão e edição textual. Não basta ensinar os modelos sem que os alunos e nós mesmos possamos praticá-los em diferentes situações sócio-comunicativas e por meio do aprendizado do uso, pela prática da escrita e reescrita de textos. As atividades desenvolveram o conhecimento da língua a partir de modelos, incentivando a capacidade de auto-reflexão de cada um dos alunos envolvidos, o trabalho em grupo, a abertura para a percepção das necessidades do leitor provável e também a criatividade e autonomia na escrita de textos diversos.

Com subsídios da unidade 24, foram retomadas e sistematizadas atividades e discussões que estiveram presentes durante todo o curso, como a literatura para adolescentes, refletindo sobre como avaliar o envolvimento do professor com o que os adolescentes leem; as tendências principais na produção de uma literatura para adolescentes, os critérios de seleção e o desenvolvimento de atividades capazes de despertar o aluno para o prazer e o valor da literatura. Percebeu-se a preocupação em acender, na cabeça e no coração do aluno, um pouco de interesse pela literatura. Como está na bíblia, devemos alimentar o espírito e nutrir o corpo. Afinal, nem só de pão vive o homem.

Para a construção e argumentação, tese, planejamento, estratégias, revisão e edição o TP6 teve suas unidades e seções assim divididas:

Unidade 21= Argumentação e linguagem · Seção 1: A construção da argumentação · Seção 2: A tese e seus argumentos · Seção 3: Qualidade da argumentação

Unidade 22= Produção textual: planejamento e escrita · Seção 1: O planejamento · Seção 2: Estratégias de planejamento · Seção 3: A escrita

Unidade 23= O processo de produção textual: revisão e edição · Seção 1: A revisão · Seção 2: A revisão e edição · Seção 3: Estratégias de revisão e edição

Unidade 24= Literatura para adolescentes · Seção 1: Adolescentes, leitura e professores · Seção 2: A qualidade literária é primordial no livro para adolescentes: · Seção 3: Existem boas formas de explorar a literatura na escola?

RELATÓRIO REFLEXIVO TP5

Estilística, Coerência textual, Coesão textual e Relações lógicas no texto estruturaram o Caderno de Teoria e Prática 5

A estilística do som, da palavra, da frase e da enunciação marcaram a unidade 17 deste caderno. No domínio da linguagem, o entendimento do que seja estilo não é tão simples assim. Muitas são as alternativas de explicar ou definir estilo, que é o resultado de uma escolha dos meios de expressão realizada pelo falante, tratando-se de uma experiência individual e está ligado às intenções do mesmo, ao efeito de sentido que ele quer produzir e apresenta-se repleto de emoção e afetividade. A estilística não se confunde com gramática. Esta estuda os elementos da língua, enquanto a estilística estuda a linguagem que se cria com esses elementos. A língua portuguesa dispõe de muitos recursos estilísticos e apresenta variações conforme os grupos que a usem. Cada uma dessas variantes apresenta regularidades e recursos normais, constituindo, assim, o dialeto.

A construção da coerência textual e as partes do todo marcaram a unidade 18. A interligação harmoniosa entre as partes de um todo é muito importante porque vão garantir sua inteligibilidade e sua compreensão. Cada frase, cada palavra de um texto tem seu papel na construção de uma unidade de sentido. A adequação entre cada um desses elementos lingüísticos cria uma harmonia que será percebida na leitura ou na recepção desse texto. Se um elemento destoar, a leitura não flui e a compreensão do texto fica prejudicada. A coerência pode ser considerada a possibilidade de atribuir uma continuidade de sentidos a um texto e não depende apenas da realidade das coisas e do mundo. É uma característica que também pode ser construída na imaginação, nas possibilidades de recriar.

Os elos coesivos e a progressão textual marcaram a unidade 19. Enquanto a coerência textual se constrói na relação entre o texto e seu contexto, a coesão se constrói na inter-relação entre as partes do texto, fazendo dele um todo significativo. Por isso se diz que o fenômeno da coesão textual é solidário ao da coerência. Cada um dos elementos que marca essa continuidade é chamado de elo ou laço coesivo. A relação entre esses elos da cadeia coesiva pode se dar de diferentes maneiras (resumindo, comparando, acrescentando) e envolvendo diferentes classes gramaticais.

A negação e os significados implícitos marcaram a unidade 20. A negação é uma relação lógica que representa a exclusão, a rejeição de uma informação ou da possibilidade de ocorrência de algum fato ou evento. Essa possibilidade pode vir expressa por uma idéia simples ou muito complexa. O que pode ser negado varia em extensão e complexidade lingüística. Muitas das mensagens que compõe um texto não precisam ser explicitadas porque decorrem de idéias já expressas no texto e, pelas relações lógicas recuperam-se significados implícitos.

Dos TPs estudados até o momento este, sem dúvida, é o mais cativante. Percebeu-se grande satisfação quanto ao desenrolar das atividades tanto por parte dos cursistas quanto por parte dos alunos. A brincadeira do Travalíngua foi um marco para que aprimorassem a entonação de voz para diminuírem a gagueira típica de quem ainda não está bem em leitura e os provérbios deixaram os alunos um pouco mais reflexivos sobre o implícito de cada um dos ditos populares e de outras informações.

Assim, os objetivos deste caderno foram distribuídos e se apresentam como segue: Unidade 17= Estilística

· Seção 1: A noção de estilo e o objetivo da Estilística · Seção 2: A Estilística do som e da palavra · Seção 3: A Estilística da frase e da enunciação

Unidade 18= Coerência textual · Seção 1: Continuidade de sentidos · Seção 2: A construção da coerência textual · Seção 3: As partes do todo

Unidade 19= Coesão textual · Seção 1: Marcas de coesão · Seção 2: Os elos coesivos · Seção 3: A progressão textual

Unidade 20= Relações lógicas no texto · Seção 1: A lógica do (no) texto · Seção 2: A negação · Seção 3: Significados implícitos