segunda-feira, 25 de maio de 2009

OFICINA III

OFICINA III
DATA: 25/05/09
LOCAL: Sala de Vídeo da Escola de Educação Básica Ângelo Scarpa

Como pedido no encontro anterior, todos os cursistas fizeram, em casa, uma leitura e apreciação da unidade 10, escolheram uma atividade e trouxeram para explanação. Como o tópico desta unidade é Trabalhando com Gêneros textuais, fizemos uma releitura em conjunto da seção 1 a qual diferencia o texto literário do não-literário, e da seção 2 o qual evidencia o gênero poético. Nesta seção, após discutido o uso da métrica, abordamos mais profundamente o cordel.

Como formador, percebi um ótimo empenho e um bom levantamento de dados por parte dos cursistas com relação ao desenvolvimento dos objetivos propostos na unidade. Em suma, o relato deles é de que os alunos conseguem discernir com desenvoltura o texto literário do não literário. Com relação à métrica, é constatado que se torna muito difícil elaborar um texto obedecendo-se a regra, mas há uma certa acepção a respeito da carga de fonemas necessária para a efetivação de um verso composto por eles.

Uma sexta série trabalhou o texto ´Lavadeiras de Moçoró´ TP3, p.59, com o objetivo de identificarem, pela primeira vez, a diferença do literário para o não-literário. Para introdução ao assunto, foi elaborado um texto não literário a respeito do município em questão: Mossoró. Nele consta população, localização geográfica, situação econômica, vida social e dois fatos marcantes para o município: a invasão de Lampião e o fato de já ter libertado os escravos de lá cinco anos antes da Lei Áurea. Foi pedido que fizessem uma leitura em silêncio. Após o término deste passo, foi entregue o texto Lavadeiras de Moçoró e a esse, o mesmo pedido.

Levando em consideração o fato de que o termo e a ação das lavadeiras por aqui é algo inédito, não foi surpresa alguma as respostas deles de que o texto de mais fácil interpretação foi Mossoró. Apenas após comentar sobre expressões como ´vão passando as águas no tempo`, ´umas são arredondadas e cheias´, ´ao sabor do trabalho` e `acompanha em surdina´ é que passaram a perceber e entender as ´imagens´ contidas na imaginação de um autor e que agora começam a ser percebidas por eles. Numa das propostas, a maioria foi bem para uma primeira vez: retirar as tais imagens e manter o texto. Começam, a partir de agora, a perceber e trabalhar, também, a conotação. É nítida a dificuldade por parte de alguns em perceber o que não está escrito, mas como é um início...

O gênero textual fábula sempre foi visto por como um gênero sem muita importância. Todavia, durante o preparo e a realização desta atividade, percebe-se o quão importante ele é, pois os alunos tiveram prazer e curiosidade em participar, destacando aspectos positivos na leitura e interpretação textual. De uma maneira natural, sentiram-se à vontade para realizar interpretação do texto. Algumas questões foram de fácil interpretação para toda a turma, outras, menos explícitas no texto, trouxeram um pouco de dificuldade cabendo neste momento, o intermédio do professor. Palavras como reivindicar e doidivanas tiveram que ser pesquisadas no dicionário, pois eram desconhecidas pela maioria dos alunos. A proposta de elaborar um final diferente e uma moral diferente foi bastante proveitosa com finais criativos e com morais coerentes. O texto trabalhado foi `A galinha reivindicativa`. A experiência evidenciou a necessidade de tornar mais presente o gênero textual fábula nas aulas de língua portuguesa.”

No poema concreto Lixo e no poema Refrão da Cidade os alunos tiveram um pouco de dificuldade com a interpretação. Apenas depois de discutidos um pouco em grupo acerca dos mesmos, eles conseguiram inferir com mais facilidade. Este trabalho despertou neles o senso crítico e a reflexão sobre o tema e sobre a forma de publicação: o poema, dando-se ênfase ao Cordel.

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