segunda-feira, 15 de junho de 2009

OFICINA V

OFICINA V
DATA: 22/06/09
LOCAL: Sala de Vídeo da Escola de Educação Básica Ângelo Scarpa

Para os cursistas o fato de ensinar o aluno a perceber marcas que tornam um texto literário, por exemplo, é um exercício e, ao mesmo tempo, um passo importante para que o mesmo tenha uma visão abrangente do que está lendo e passe a ver o que não está explícito. A partir do momento em que se encontra fazendo uma leitura, começa a deixar de lado a chamada leitura mecânica e passa a inferir acerca do mundo abordado em um determinado texto, seja ele de cunho político, religioso, esportivo, etc. Procuraram explorar o máximo de textos literários e não-literários. Foram trabalhados diferentes textos, como publicitários, classificados, horóscopos, previsão do tempo e cartas. Alguns pontos negativos são percebidos, como por exemplo, o tempo curto para a elaboração e execução de tarefas bem como a retomada ao que precisa ser ajustado. Além, claro, de alguns cursistas que trabalham em mais de uma unidade escolar, encarando um acúmulo muito grande de afazeres durante a semana. Quanto aos alunos, a maioria gosta de trabalhar desta forma e a inovação chama sua atenção. Gostam de desafios e se propõe a realizar as atividades. Alguns alunos não têm a conscientização de mudança e não movem uma palha para adquirirem conhecimento ou ampliarem o pouco que sabem, por mais que haja cobrança. Percebe-se uma preguiça na hora que se precisa usar o raciocínio, há uma grande falta de concentração.

As atividades escolhidas geralmente partem de um assunto que no momento já está, de alguma forma, sendo explorado por sua unidade escolar, uma vez que a maioria delas trabalha projetos. Assim, essas atividades são escolhidas e desenvolvidas de acordo com cada projeto e para isso se faz os ajustes necessários. Uma das dificuldades anteriores era a de se encontrar um texto de acordo com os objetivos a serem alcançados. Hoje não existe mais essa dificuldade em virtude da Internet. Todos acham que os objetivos foram alcançados de forma satisfatória. É unânime a ideia de que o desenrolar das atividades do Gestar proporciona bons momentos e a abertura de novo olhar sobre assuntos que andavam meio adormecidos entre docentes e discentes.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Trabalhando gêneros textuais

UNIDADE DEZ

TRABALHANDO GÊNEROS TEXTUAIS

1-Distinguir as características de gênero literário e não-literário;

2-Caracterizar gênero poético, de acordo com a função estética da linguagem;

3-Caracterizar uma das formas de realização do gênero poético: o CORDEL.

Como coordenador, percebi um ótimo empenho e um bom levantamento de dados por parte dos cursistas com relação ao desenvolvimento dos objetivos propostos na unidade. Em suma, o relato deles é de que os alunos conseguem discernir com desenvoltura o texto literário do não literário. Com relação à métrica, é constatado que se torna muito difícil elaborar um texto obedecendo-se a regra, mas há uma certa acepção a respeito da carga de fonemas necessária para a efetivação de um verso composto por eles.

Como cursista, trabalhei o texto ´Lavadeiras de Moçoró´ TP3, p.59, com o objetivo de fazê-los ver, pela primeira vez, a diferença do literário para o não-literário. Para introdução ao assunto, elaborei um texto não literário a respeito do município em questão: Mossoró. Nele fiz constar população, localização geográfica, situação econômica, vida social e dois fatos marcantes para o município: a invasão de Lampião e o fato de já ter libertado os escravos de lá cinco anos antes da Lei Áurea. Pedi que fizessem uma leitura em silêncio. Após o término deste passo, entreguei o texto Lavadeiras de Moçoró e fiz o mesmo pedido. Levando em consideração o fato de que o termo e a ação das lavadeiras por aqui é algo inédito, não foi surpresa nenhuma as respostas deles de que o texto de mais fácil interpretação foi Mossoró. Apenas após comentar sobre expressões como ´vão passando as águas no tempo`, ´umas são arredondadas e cheias´, ´ao sabor do trabalho` e `acompanha em surdina´ é que passaram a perceber e entender as ´imagens´ contidas na imaginação de um autor e que agora começam a ser percebidas por eles. Numa das minhas propostas, a maioria foi bem para uma primeira vez: retirar as tais imagens e manter o texto. Começam, a partir de agora, a perceber e trabalhar, também, a conotação. É nítida a dificuldade por parte de alguns em perceber o que não está escrito, mas como é um início...

Relato do cursista Marcelo: “O gênero textual fábula era visto por mim como um gênero sem muita importância. Todavia, durante o preparo e a realização desta atividade, percebi o quão importante ele é, pois os alunos tiveram prazer e curiosidade em participar, destacando aspectos positivos na leitura e interpretação textual. Assim, de uma maneira natural, sentiram-se à vontade para realizar interpretação do texto. Algumas questões foram de fácil interpretação para toda a turma, outras, menos explícitas no texto, trouxeram um pouco de dificuldade cabendo neste momento, o intermédio do professor. Palavras como reivindicar e doidivanas tiveram que ser pesquisadas no dicionário, pois eram desconhecidas pela maioria dos alunos. A proposta de elaborar um final diferente e uma moral diferente foi bastante proveitosa com finais criativos e com morais coerentes. O texto trabalhado foi `A galinha reivindicativa`. A experiência evidenciou a necessidade de tornar mais presente o gênero textual fábula nas aulas de língua portuguesa.”

Relato da cursista Silvana:

“Trabalhei com o poema concreto Lixo e o poema Refrão da Cidade e gostei muito dos trabalhos, porém meus alunos tiveram um pouco de dificuldade com a interpretação. Apenas depois de discutirmos um pouco em grupo acerca dos mesmos, eles conseguiram inferir com mais facilidade. Este trabalho despertou neles o senso crítico e a reflexão sobre o tema e sobre a forma de publicação: o poema. Desenvolvo na turma um jornalzinho. Os alunos adoram fazê-lo, pois desperta neles um grande interesse pelas novidades da escola: aniversariantes do mês, piadas, charadas, horóscopo... O jornalzinho trabalha com a leitura e escrita e tem boa repercussão, pois todos que compram, o guardam para colecionar. Percebe-se neles a preocupação em escrever de forma clara e sem erros, apesar de que preciso revisar as edições para as eventuais ´arrumações`.”

Relato da cursista Mariéli:

“Classificados foi o gênero trabalhado em uma turma de oitava série. A turma foi dividida em grupos de quatro alunos. Metade ficou encarregada de desenvolver o gênero em uma linguagem literária e outra em uma linguagem não literária. Gostei bastante do resultado obtido, pois os classificados produzidos foram bem criativos. Abaixo alguns trabalhos de dois grupos de educandos:

“Trocaremos a mágoa pela amizade
para conquistar a felicidade,
para “conquistar” a nossa esperança.
Poderemos trocar fofocas e intrigas pela confiança
e os risos não vamos vender
para as pessoas felizes nos ver!”
Katiele, Jaqueline e Igor
“Procuro urgentemente alguém
que saiba respeitar.
O ódio está dominando
e fica muito difícil suportar.
Os bons costumes se deteriorando
e ninguém mais com capacidade de amar.”
Mariana, Rafaela e Tainá
A ESCOLA E O LIXO
A escola era linda
antes do lixo chegar
depois da chegada dele
tudo veio a piorar
Os alunos de hoje em dia
não tem noção do errado
não se preocupam com a escola
e jogam lixo pra todo lado
No corredor há várias lixeiras
Para o lixo recolher
Mas tem gente que passa por elas
E finge que nem as vê
Alguns colegas da escola
Pensam que lixeira é carrinho
Entram nelas como lixo
E outros empurram pelo caminho
Mas é preciso pensar um pouco
No futuro da gente
Cuidar bem da nossa escola
Zelando pelo meio ambiente
Professores e alunos
Juntos, com a direção
Tem que amar a nossa escola
Pois isto é Educação

  • cordel apresentado por Nicole Lummertz, aluna de 6a série